quarta-feira, 24 de abril de 2013

Bayern de Munique: a "máquina" alemã

Se ainda houvesse dúvidas acerca da qualidade do Bayern de Munique, terão sido dissipados após o jogo de ontem, a contar para a Liga dos Campeões, entre os germânicos e o Barcelona. De facto, a turma de Jupp Heynckes anulou por completo os "culés", com uma vitória esclarecedora, por 4-0, que deixa os alemães com "um pé e meio" na final da Champions.

Relativamente à partida, vimos um Bayern com uma estrutura e organização diferente da habitual, privilegiando a segurança defensiva, em vez do futebol total, geralmente aplicado pelo emblema de Munique.   Estes, desde cedo criaram situações de perigo, como Robben, aos 2 minutos de jogo. Aos 15, surge a primeira situação controversa quando, após remate de Lahm, Gerard Piqué desvia, com o braço a bola, sem que o árbitro assinalasse grande penalidade. Porém, à medida que o duelo avançava, constatava-se que mais tarde ou mais cedo, o Bayern haveria de chegar ao golo, que aconteceria aos 25 minutos, com Thomas Müller a cabecear para a baliza após uma excelente assistência, também de cabeça, do brasileiro Dante. Perante isto, o conjunto de Vilanova arriscou um pouco mais e, durante escassos minutos, esteve melhor (aos 29 minutos, Messi quase empata, após passe primoroso de Pedro). Desse momento até ao intervalo, os germânicos conseguiram manter a coerência defensiva e, sem grandes dificuldades, permaneceram a vencer. A segunda parte iniciou-se a um ritmo frenético, com os catalães a criarem perigo, mas Neuer saiu aos pés de Iniesta negando-lhe o golo. Porém, o chavão popular, "quem não marca, sofre", viria a acontecer. Após a oportunidade desperdiçada pelo Barça, Mario Gómez, aos 49 minutos, após canto de Arjen Robben, finalizou da melhor maneira, depois de um cabeceamento ao primeiro poste de Müller (efetuou uma exibição espetacular). A partir daqui, o Bayern, pese a vitória, continuou a dominar, perante um Barcelona apático, que nunca encontrou espaço para realizar o seu caraterístico tiki-taka. Foi, portanto, com naturalidade que surgiu o terceiro golo, num contra-ataque conduzido por Robben que, após ultrapassar a defensiva "culé", atirou para a baliza de Victor Valdés (lance controverso, pois Müller impediu, ilegalmente, a passagem a Jordi Alba, retirando-o da discussão da situação). Até ao término da partida, ainda deu para os bávaros aumentarem a vantagem para 4-0, com mais um golo de Müller que coloca a sua equipa com pé e meio na final da Champions.

Perante esta exibição, que complementa uma época a todos os níveis espetacular (os germânicos já venceram a Bundesliga, estão na final da Taça da Alemanha e quase na da Champions), que contrasta com a anterior, na qual o Bayern perdeu a final da "liga milionária", no seu estádio, contra o Chelsea, quais os limites da formação orientada por Jupp Heynckes? Provavelmente, não há. Neste momento, já se espera de tudo de um emblema que goleia sem dificuldades, independentemente do nome do adversário (Schalke 04, Werder Bremen, Hamburgo, Lille e, agora, Barcelona foram vítimas da frieza dos bávaros). O sucesso desta equipa assenta, em primeiro lugar, no espírito de entreajuda evidenciado pelos jogadores dos campeões alemães. De facto, como se comprovou ontem, todos os elementos ajudam nas tarefas defensivas, pressionam e correm, muito (veja-se o caso de Ribéry e de Robben que são extremos de origem). Em segundo lugar, relacionado com o primeiro, é a capacidade física. Do início ao fim do jogo, os atletas dos bávaros pressionaram constantemente, sempre com elevado grau de eficácia (grande contributo de Javi Martínez que, para além de destruir, construiu e permitiu que a sua equipa saísse várias vezes em contra-ataque). Por fim, há ainda a destacar a frieza e calculismo. O Bayern, apesar de alinhar de modo diferente do habitual, não deixou de dominar, embora nunca tenha arriscado em demasia. A finalização, como se provou, está bem afinada. Pese Mandzukic, normal titular na frente de ataque, não ter jogado, Mario Gómez não vacilou, marcou e deu imenso trabalho à defensiva "culé".

Com estes resultados, o céu é o limite para o Bayern ou será que, como no ano transato, falharão nos restantes momentos-chave da temporada (apesar de ser pouco credível que tal suceda)?

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