terça-feira, 15 de novembro de 2011

Futebol: De 1970 a 1990 (Parte 5)

Depois de uma década de 1960 avassaladora para Portugal (3º lugar no Mundial de 1966 e domínio do Benfica na Europa) iniciava-se uma nova era. O Benfica reinaria na década de 1970, mas teve um declínio nos anos 80, contrastando com a ascensão do FC Porto. Para já começava um novo Mundial. O México recebia em 1970 o 9º Campeonato do Mundo na história, o Brasil venceria-o ao derrotar na final a Itália na final por 4-1. A "canarinha" foi indubitavelmente a melhor seleção da prova, desde logo na fase de grupos defrontava a Inglaterra, as duas melhores equipas nacionais do Mundo. O jogo terminou sem golos, mas com uma exibição fabulosa de Gordan Banks, o guarda-redes inglês, que teve uma intervenção a cabeceamento de Pelé, considerada a "melhor do século". O Mundial confirmou o domínio do Brasil sobre os demais, a entrada absoluta de Pelé para a galeria de honra do futebol ao ser tricampeão mundial. Dirigindo agora atenções à Taça dos Campeões Europeus, o Ajax ganhou as edições de 1970 a 1972 conquistando de novo o maior galardão de futebol na Europa em 1974. O Bayern de Munique foi igualmente tricampeão recolhendo três títulos consecutivos. O Liverpool venceu por 4 ocasiões, o Forest por duas, o AC Milan também por duas, o Aston Villa, Hamburgo, Juventus, Steua, FC Porto e o PSV conquistaram igualmente esta competição porém apenas por uma vez.

Retomando a Mundiais, em 1974, a anfitriã foi a RFA, com vitória final para os da casa após vencerem a Holanda de Cruyff por 2-1. No Mundial seguinte, a seleção vitoriosa foi também a anfitriã, desta feita a Argentina derrotando de novo a "laranja mecânica" (desfalcada de Cruyff). Em 1982 a Itália venceu a mesma prova, desta vez em Madrid, com muito catenaccio mas com uma grande eficácia em termos ofensivos. Em 1986 a Argentina venceu com Maradona a ser a principal estrela em terras mexicanas. Portugal esteve presente mas não passou da fase de grupos.

De forma doméstica as equipas que mais se salientaram nas principais ligas europeias, foram: Real Madrid e Barcelona (Espanha), Liverpool e Arsenal (Inglaterra), Mönchegladbach e Bayer Munique (Alemanha), Saint-Étienne e Marselha (França) e Juventus e AC Milan (Itália). No panorama nacional, o Benfica mantinha ainda muitas das suas estrelas como Eusébio ou Simões, às quais se juntavam Humberto Coelho e Nené. Na década de 70, os encarnados continuaram a dominar com supremacia na Taça de Portugal e Campeonato. Em 1986/87, os portistas atingiram o auge, vencendo a Taça dos Campeões Europeus frente ao Bayern de Munique. Aliás, os dragões dominaram o panorama nacional na 2ª metade da década de 80, arrecadando diversos campeonatos com a recente chegada à presidência de Pinto da Costa.

Relativamente aos Europeus, o de 1972 realizado pela Bélgica culminou com a vitória final da RFA. Em 1976, foram os checoslovacos a sairem vitoriosos da competição. Em 1980, a RFA garantiu a sua 2ª vitória na competição na sua 3ª final consecutiva. O Europeu de 1984 marcou a 1ª presença de Portugal em campeonatos da Europa. Os portugueses chegaram às meias-finais, mas foram derrotados pela França de Platini, que acabaria por se sagrar campeã. Em 1988, a Holanda ganha finalmente uma prova, desta feita com Marco van Basten, Gullit e Rikjaard, destacando-se o 1º pelo golo fenomenal que apontou na final à URSS.

A hegemonia total do FC Porto estava a começar, a Argentina reinava no mundo e apenas uma equipa parecia poder acabar com a glória, a RFA. O AC Milan de Baresi, Rikjaard, Gullit e van Basten ascendia ao topo da Europa e preparava-se para reinar no futebol europeu por pouco mais...

Fernando Machado

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